O medo de arriscar castra-nos, a falta de auto confiança alimentada por anos de dedicação sem contrapartidas atrofia-nos os movimentos e deixa-nos estagnados, sem reacção, quase sem força anímica como se nada nos fosse permitido fazer além do ir ficando. Como se não fosse possível tentar a mudança. Como se não houvesse alternativa. Como se não tivéssemos valor e por isso mesmo não existisse permissão para arriscar!
Os elogios apesar de constantes deixam de ser suficientes porque afinal não passam disso mesmo, palavras. E as palavras sem contrapartidas acabam por se tornar uma contradição.
E um dia por acaso, numa conversa desencadeada num encontro com uma antiga colega de escola, surge uma pergunta a seguir à outra, quase em câmara lenta, que nos fica ali em modo repeat!
“E onde trabalhas?”
“E fazes o quê?”
“E gostas?”
“E gostas?”
“E gostas?”
E durante semanas, meses, esta pergunta fica-nos na cabeça até conseguirmos responder para nós mesmos. “Não, não gosto daquilo que faço. Já não!”
E a seguir a isto é todo um turbilhão, é um já não suportar, é um desespero, é o vir a caminho e pensar mentalmente “Se ao menos tivesse uma oportunidade” e chegar um dia depois de pensar mais uma vez e olhar para algo que pode ser a tal mudança e pensar em arriscar. E querer arriscar, querer muito mas sentir a insegurança de novo, sentir que haverá sempre alguém melhor e ficar ali pela indecisão…
Será que o querer muito, o gostar e achar que se tem jeito, saber que era ali o nosso lugar, será suficiente? Haverá sempre alguém com formação à altura, haverá sempre alguém que estudou para aquilo…..
A vida não é uma comédia romântica mas eu juro que só desta vez gostava muito que fosse!
Não é fácil, e acho uma certa piada quando as pessoas aconselham a mergulhar de cabeça naquilo que se quer. Como tu dizes, a vida não é como nos filmes onde tudo acaba bem, e às vezes há muita coisa em jogo e perder pode ser catastrófico.
ResponderEliminarEu ando num dilema parecido há anos, mas quando penso em enfiar-me na boca do lobo e na possibilidade de ser engolida viva, recuo. Não vejo isto como pessimismo, vejo apenas como responsabilidade. A vida não está para impulsos.
Exacto, nos filmes tudo é perfeito e o bem ganha sempre ao mal e quando saímos dum emprego que não gostamos conseguimos fundar uma empresa que gera milhões. A vida não é assim, mas será que ao seguir os sonhos até conseguimos ter uma vida mais aproximada das de filme? Pois, não sei, mas às vezes gostava de ter coragem de ir descobrir.
ResponderEliminarImportante, é estarmos tranquilos com as nossas escolhas, sejam de ficar ou partir
a vida é muito mais complicada!
ResponderEliminarComo eu me revejo neste texto! E por muito que uma pessoa saiba o valor que tem e se lembre dos elogios todos que tem vindo a receber, fica sempre ali aquela dúvida, se até merecemos mesmo outras oportunidades, se devemos arriscar ou não.... não é mesmo nada fácil!
ResponderEliminarAcho sinceramente que não estamos em altura para arriscar. Devem ser muito poucos aqueles que têm o emprego perfeito. Eu gosto daquilo que faço, foi para isso que estudei e dou graças a Deus ter tido esta oportunidade mas há dias, e acredita que são muitos, que me arrependo MUITO de o ter feito e penso se não seria mais feliz a trabalhar perto de casa, a não fazer noites, fins de semana, etc...toda a gente tem os seus dilemas, a vida não é um sonho! Uns dias piores, outros dias melhores! :)
ResponderEliminarinfelizmente a vida nao tem nada de filme, onde tudo e real, e cada vez mais complicado.
ResponderEliminarmas ainda podemos sonhar, isso ainda nao se paga.
Concordo muito contigo! Infelizmente
ResponderEliminarComo eu concordo contigo...
ResponderEliminarE por isso aguento o que aguento, talvez tambem tenha medo...mas sonhos tenho muitos.
As vezes desejo que as coisas na empresa onde trabalho fiquem cada vez piores para eu ter desculpa de mudar...
A vida não é como nos filmes é certo, mas os filmes inspiram-se na vida!
ResponderEliminar=)
Logo se essa vontade de mudar surgiu, não é bom ignorar e abafa-la, só fará com que cresça.