Mais um dia que acaba
e a cidade parece dormir,
da janela vejo a luz que bate no chão
e penso em te possuir
Noite após noite, há já muito tempo,
saio sem saber para onde vou,
chamo por ti, na sombra das ruas,
mas só a lua sabe quem eu sou
Lua, lua,
eu quero ver o teu brilhar,
lua, lua, lua,
Eu quero ver o teu sorrir.
Leva-me contigo,
Mostra-me onde estas,
é que o pior castigo
é viver assim, sem luz nem paz,
Sozinho com o peso do caminho
que se fez para trás...
Lua, eu quero ver o teu brilhar,
no luar, no luar.
(...)
Nao há saudade sem regresso, não há noites sem madrugada
Ouço ao longe as guitarras, nas quais vou partir, na névoa construo a minha estrada.
Loucas são as noites, que passo sem dormir,
loucas são as noites.
Loucas são as noites, que passo sem dormir,
loucas são as noites...
“Ouve um ruído a meio da noite, acorda sobressaltada, o coração bate de uma forma que reconhece imediatamente. Levanta-se com a calma possível e de imediato pega no telemóvel. Olha uma e outra vez, no visor nada de novo e não entende o que a acordou daquela forma porque só uma coisa faria o seu coração bater assim.
Fecha os olhos e dá-se conta de que estava a sonhar, mais uma vez o mesmo sonho.
Respira fundo e vai para a janela, acende um cigarro e fica a olhar para a lua e para tudo o que os seus olhos alcançam e que só nestas alturas consegue ver de uma forma tão especial.
Enquanto o cigarro vai queimando, uma e outra lágrima vão fazendo com que toda a beleza da noite fique desfocada.
Há quanto tempo não ia àquela janela e há quanto tempo não sentia aquele frio na cara e aquele cheiro da sua noite que a levava a viajar para outras noites que se fizeram dias.
Ao longe uma estrela cadente a fez sorrir mas não ousa sequer pensar em nenhum desejo, os dela nunca se realizaram.
Loucas as noites que também Cris passara sem dormir e um turbilhão de pensamentos a invadiam, percebia agora tão bem o que alguém tantas vezes lhe tentara dizer:
“é preciso ir ao inferno para conhecer o paraíso”
E ela tinha saudades, mas não do paraíso e sim do raio do inferno.
Ao longe a música fazia-se ouvir...
“Não há saudade sem regresso não há noite sem madrugada…”
Agarrou-se a esta frase, sem dúvida que queria acreditar e esperar mas no fundo sabia que de nada lhe valia.
E depois o silêncio que conhecia tão bem……
“Leva-me contigo e mostra-me onde estás”
Sentiu o cigarro queimar-lhe os dedos, fechou a janela, desligou o telemóvel e voltou a dormir na esperança de voltar a acordar.”
(escrito por mim um dia, num outro blog perdido no tempo)
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