terça-feira, julho 16, 2013

Que bem se está nos subúrbios #6

Há uns tempos que observo este homem.

Lembro-me que trabalhava ali no restaurante da esquina onde às vezes almoçávamos aos sábados. Recordo-me dele como sendo uma pessoa cordial, simpática e que tinha sempre um truque escondido pronto a fazer rir a minha filha. Porém, o motivo que me fez passar a observá-lo, nada tem a ver com este tempo e sim com o facto de a partir de certa altura passar a vê-lo na esplanada do café, de cerveja na mão, sempre que lá passava e isto podia ser de manhã, à tarde ou à noite e o que me chama a atenção não é o homem em si, não pensem, mas sim o facto de ele estar sempre acompanhado do seu filho bebé.

Ali começou por estar no carrinho o menino que já toda a gente adora, entretanto podemos observar os seus primeiros passos, ali, sempre, faça chuva ou faça sol!

Segundo ouvi um dia alguém dizer, o homem ficou desempregado e a partir daí passou a ser ele a ficar em casa com o bebé.

Uma das tais consequências da crise foi precisamente muita gente de repente se ver numa situação de desemprego e isto é certamente coisinha para deixar uma pessoa a bater mal e cada vez que olho para aquele homem de cerveja na mão, a tentar entreter o seu bebé com fotos de mulheres giras no jornal, sinto um misto de indignação e pena por eles.



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