Sei que demorei algum tempo a engolir o orgulho e conseguir responder à tua carta, mas espero que entendas que o facto de estar a responder-te é uma grande mudança em mim e deves por isso
Zezinho do meu coração, tenho por ti sentimentos idênticos aos que têm aqueles eleitores de Oeiras pelo presidiário, juro!
Tu tens sido um cabrão comigo toda a vida, tens-me deixado pendurada e nem olhas às horas e muito menos ao clima. Tens furado pneus dia sim, dia não. Tens deixado de abrir e fechar vidros sem sequer pensar no constrangimento que isto causa ao parar para pagar portagens. Tens-me feito gastar rios de dinheiro a cada promessa da tua cura. Tu até aumentas o som do rádio em andamento, o que me faz apanhar sustos de morte, e mesmo assim, o não te ter é pior do que te ter, mesmo que sejas um traste (sem ofensa Zezinho)!
Não aguento nem mais um dia sem ti, volta p'lamor de Deus!