Às voltas na cama

As insónias dão-me para muita coisa, a da noite passada deu-me para deitar fora pensamentos... 

A vida não aguarda por nós, pelas nossas inconstâncias, pelas nossas desculpas, pelos nossos medos, pelas nossas eternas esperas pelo que queremos mas não agarramos e há um momento em que fazemos questão de parar e observar. Temos o cuidado de ver aquilo que fez connosco e aquilo que fizemos com ela, porque se a vida nos vai fazendo das suas, a verdade é que nós vamos fazendo muitas das nossas à vida.

Pensamos em quantas pessoas nos desiludiram e secretamente ou não, perdoamos e aceitamos. Na verdade o que nos ocupa o pensamento em forma de importância, são as que nós próprios desiludimos pelo caminho, são as que não queremos de forma alguma desiludir, mas que sabemos ser inevitável que aconteça de vez em quando, afinal somos humanos.

Quantas nos acharão loucos? Quantas ainda assim vão ficar? Quantas nós queremos muito que fiquem e nos façam a diferença?

Preciso sim, preciso tanto. Preciso de quem me aceite nos sonhos loucos de felicidade, mas que não me abandone nos impulsos incontroláveis, nos momentos de insónia em que fico insuportável. 

Como disse alguém cujo nome agora não me recordo:

“De todos os tipos de pessoas que conheci e passaram pela minha vida, eu sempre gostei mais daquelas que nos sabem tocar sem precisar encostar um dedo.

 Das que entram inteiras quando a vida já nos acostumou com metades.”