Dos acidentes

Se eu já sou ansiosa em  relação a áreas da minha vida que nem tempo devia perder com elas, imaginem quando o assunto são as minhas filhas!

No sábado a minha filha mais nova teve um pequeno acidente.

Eu tentava fazer a cama, ela andava com os seus habituais bichinhos carpinteiros no sobe e desce, no salta e deita, no grita e ri, enquanto eu a prever o mau resultado daquela brincadeira, lhe ia dizendo para parar.

Antes que tivesse tempo de fazer o que quer que fosse para acabar com aquilo, estava ela no chão aos gritos e eu em pânico com a queda que deu, que não sendo de grande altura, foi feia porque a deixou estatelada com o corpo todo torcido entre a cama e a cómoda. Achei de imediato que tinha partido os dois pés, tal foi a posição em que ficou!

Entre os gritos dela, o meu coração a querer saltar pela boca e o desespero da irmã enquanto lhe fazia festinhas e lhe pedia para não chorar, percebi que estava tudo bem com os pés e que a zona que lhe doía era a baixo do ombro. Não conseguia perceber se tinha partido o braço porque não deixava sequer tocar e à medida que os minutos iam passando e ela não acalmava eu ia ficando mais assustada. Não tinha carro e por isso ainda tive que esperar algum tempo até que o pai chegasse e a pudessemos levar ao hospital.

Chegámos ao hospital e ela continuava a chorar. O pediatra enquanto tentava observar com muita dificuldade, diz:

- Partiste a clavícula, Marta? 

Por ignorância minha (percebi depois) se já estava assustada, quando o pediatra disse isto, fiquei em pânico!

Depois do rx confirmar, fomos ter com o ortopedista e percebi que nestas idades não é tão grave como eu pensava e que o tratamento passa por ligar os ombros/braços num cruzado posterior até ganhar calo ósseo. 

De Marta que não pára um segundo, passou a Marta que só quer estar deitada porque tem dores horríveis, o que me parte o coração. 

Ser mãe é muito isto. É estar cansada e reclamar que não nos dão descanso, que não estão quietos um segundo e de um momento para o outro quando ficam doentes, desejamos com todas as nossas forças que se levantem e desatem a fazer asneiras!