terça-feira, outubro 07, 2014

Mykonos… nem os Kardashians!

A viagem a Mykonos, como já tive oportunidade de contar, teve como objectivo principal o casamento de sonho da Filipa e do Tiago e foi por isso uma viagem feita em grupo. 

O grupo era composto maioritariamente por família e acreditem, se fossemos americanos, já tínhamos um programa manhoso num qualquer canal!

 A loucura começou logo às 3 da manhã, quando La famiglia acorda e vai de preparar-se para seguir até ao aeroporto. 

8 adultos, 5 crianças, muitas malas e a campainha a tocar.

Vizinho muito zangado à porta, chamando a atenção para o facto de nos estarmos a esquecer que havia mais pessoas no prédio a tentar imagine-se, descansar àquela hora!

Ninguém teve coragem de dizer nada além do óbvio pedido de desculpas, a não ser a minha sogra que disse:

- Não acho que tenhamos feito assim tanto barulho…..

(acreditem, fizemos! E ela ter provocado uma gargalhada a quase todos, não melhorou a nossa imagem perante o vizinho!)

Muita confusão de malas a sair e entrar no elevador, alguns atropelamentos e pisadelas  pelo meio depois, lá descemos. 

Enquanto se arrumavam bagagens no minibus  alugado para nos levar, eu e a minha sobrinha as duas adolescentes do grupo tentávamos perceber qual o melhor ângulo para tirar a nossa primeira selfie!

Tirámos umas 100. Conseguimos aproveitar esta:


E não resisto a mostrar uma das que correram mal (acham que a Marta estava com sono?):


Chegados ao aeroporto da Portela, depois das malas despachadas e já com as restantes pessoas que completavam o grupo, fomos tomar o pequeno almoço. Uns foram pedir cafés, outros sentaram-se em 5 mesas e começaram a tirar dos sacos as sandes, chamuças, rissóis e bolo da noiva que sobrou do dia anterior!

Pequeno almoço tomado e estávamos prontos para entrar no primeiro avião (tínhamos três voos pela frente) e a loucura a sério teve ínicio quando o avião começa a ganhar altura e a Marta desata a gritar (como faz sempre, no gozo):

- O avião vai cair! O avião vai cair! O avião vai cair!

(Se por acaso andar por aqui algum dos passageiros que tiveram a infelicidade de partilhar voo connosco, eh pah peço desculpa)

Não tenho grande coisa para contar relativamente ao tempo que estivemos dentro dos aviões. Os meus minutos foram passados a fazer aquilo que comparo ao desafio que deve ser tentar enfiar um polvo numa cadeira de bebé e pedir que sossegue um pouco! Basicamente o meu objectivo a cada voo, era chegar ao que podem ver na foto seguinte, o que acontecia sempre poucos minutos antes de ouvir o comandante dizer:

- Srs. passageiros, vamos aterrar dentro de minutos!


Chegámos ao resort por volta das 21h00 (hora local) e como bons portugueses que somos, já tínhamos idealizado e combinado entre nós como ficaríamos distribuídos pelos apartamentos/ quartos.


Foi difícil explicar à madame Vénia que não trazíamos hóspedes clandestinos na bagagem e por isso lá tivemos que ficar como ela queria, para desilusão das crianças que queriam ficar juntas.

Ninguém nos tira da cabeça que a madame Vénia ao ver um grupo tão eclético (brancos, pretos, mestiços, cães, burros...) pensou: 

Ai meu Deus, que estes estão a fingir que são noivos mas afinal são da mafia russa e estão a fazer contrabando de imigrantes ilegais! Só isso explica que sejam portugueses a viver em Angola e que tenham escolhido o meu hotel na Grécia para casar!"

Às 21h15 estávamos 18 adultos e 5 crianças a entrar no restaurante do resort ao lado (que era o único local onde comer ali perto e fechava às 21h30) a dizer:

- É para jantar por favor!

O olhar desesperado daquelas empregadas de mesa e restante staff do restaurante cada vez que nos viam chegar, ainda me deixa com um certo peso na consciência!

A mesa do restaurante que usávamos como chapeleira!


A Marta que fazia questão de deixar os outros clientes constrangidos!


A foto possível no primeiro jantar! 


Os pequenos almoços eram tranquilos e acho que nos portámos bem.... não percebo porque é que a madame Vénia fazia questão de estar lá a olhar para nós como se nunca tivesse ido ao circo!




Alugámos carros e motos, mas ficámos tão deslumbrados com o resort, que nem nos apetecia ver mais nada (pobre é uma raça!), mas ao segundo dia lá nos decidimos a ir conhecer a ilha. 

Dividimo-nos pelos carros/ motos e lá partimos à descoberta.

Assim que parámos na primeira praia, o meu sogro diz:

- Praia? Vêm para a praia? Eu se soubesse que era para vir para a praia, tinha ficado no hotel! 

Fomos parando em algumas outras praias e aquilo que começou por dizer num tom de voz mais ou menos normal, começou a repetir assim vá, a gritar (aqui já devia estar já com os níveis de açúcar alterados):

- Porra pah, eu não quero ir para a praia! Olha que merda ãaa!!

Na terceira praia alguém lhe disse o que precisava de ouvir:

- Estamos numa ilha senhor! Como não quer praia?

A seguir voltámos para o resort...


Para que consigam perceber um pouco melhor os episódios seguintes, convém dizer-vos que a minha filha Marta esteve no auge do seu feitio especial. Feitio esse que se destacava ainda mais porque as outras crianças eram mais calmas.


Entre aquele almoço no restaurante onde os clientes eram na sua maioria, casais gays que deram as mãos assustados, quando eu já no meu limite, sentei a Marta e gritei:

- Com os filhos dos outros também eu sou boa mãe! 

E aquele jantar onde discutimos uns com os outros para sentar, para fazer pedidos, para comer, para beber, para pagar.... até ouvir o empregado dizer:

- Vocês discutem muito, mas ainda não partiram nada, por isso não se comparam aos gregos!

A Marcia ia fazendo amigos!


Nota* se virem o "Zé Manel" por aí, digam que andamos à procura dele e que o facebook que nos deu, é falso!


Este "Zé Manel" era italiano e precisava de colinho. Olhou para nós, identificou-se (a loucura sente-se entre iguais) e saltou para a Márcia!

Mas desenganem-se se pensam que só a Márcia foi o centro das atenções! Os homens do grupo fizeram o maior sucesso na ilha e ninguém me tira da cabeça, que se não tivessem fugido a sete pés do bar onde estiveram na noite da despedida de solteiro, quando um rapazito se meteu de quatro e simulou um orgasmo, só tinham regressado a Portugal as mulheres deste grupo!


Ainda voltando à Márcia, lembrei-me agora do "deus grego" que vimos pela primeira vez no restaurante (sim, fingi tirar fotos à minha filha para o apanhar e fui super discreta.) e reencontrámos na praia, naquele dia em que fomos só gajas. 

Estava ao nosso lado com a namorada e nós jurávamos a pés juntos que eram italianos. 

Ela deitada na toalha, ele na água e nós a falar deles! 

Estranhámos quando ela lhe fez um sinal e irritada se levanta e abandona a praia. 

Quando ele vem atrás da Marcia e ficam horas os dois a falar, percebemos que eram espanhois e que tinham entendido a nossa conversa todinha! 

A verdade é que ele se estava a borrifar para a namorada  e se a Márcia tivesse deixado, tinham ido ver as estrelas!
Eu cá acho que ela só não foi porque teve medo que aquilo tivesse sido uma combinação entre ele a namorada, a verdadeira interessada

Não vou falar do escândalo que fazíamos faziam as crianças cada vez que viam alguém nu numa praia (o que por ali, era banal)!

Mas também não fiquem agora a pensar que somos assim tão doidos e espalhafatosos! Por exemplo o dia do casamento correu lindamente!





Ahhhhh..... espera..... estava a esquecer-me do momento em que os noivos e padrinhos acharam que era bonito lançar balões de fogo e por muito pouco não incendiaram a casa ao Demitri (funcionário do resort).


Na última noite passada em Mykonos já não tínhamos transporte para sair do resort e por isso ficou combinado que terminaríamos como chegámos. A jantar no único restaurante existente, o do resort ao lado.

A mesma turma a entrar, a mesma confusão de sempre, mas desta vez duas empregadas vieram ao nosso encontro e olhos a brilhar eram olhares vingativos, juro  e disseram:

- Hoje não servimos jantares, temos um evento!

Acho que depois do que vos contei, conseguem imaginar o caos!

Todos aos gritos de um lado para o outro, esfomeados e sem conseguir encontrar alternativa, a não ser jantar os amendoins do mini-bar.

O noivo lá apareceu com um folheto de uma pita house e toca de ligar a encomendar. Só que a chamada estava má, uma portuguesa e um grego a falar ao telefone em inglês, o grego que só dizia: 

- i'm busy, i'm busy

E ficou a dúvida. Será que iam fazer a entrega?

Não arriscámos e ligámos para outro restaurante a pedir pizzas.

Meia hora depois, tínhamos 16 pitas, 8 pacotes de batatas fritas, 2 frangos e 8 pizzas na mesa.

No dia seguinte arrancámos para o aeroporto de Mykonos e depois de malas despachadas, fomos tomar o pequeno almoço.

Uns pediram cafés, outros sentaram-se em 5 mesas e tiraram do saco as pizzas e pitas da noite anterior. 
























































7 comentários:

  1. Adoreiii, parece q visualizei a vossa viagem :-D :-D

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  2. Conseguiste pregar-me as bochechas aos olhos e ri até chorar. Ainda me dói a barriga e acho que levas jeito de escrever guiões para filmes portugueses, vai ganhar um óscar!

    Escrever que ADOREI é pouco!

    Mimos ;)

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  3. Amei!!!!! obrigada por esta maravilhosa descrição da nossa família e desta viagem tao especial <3
    Para quando é o filme?! ;)
    Filipa (a noiva)

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  4. O que eu já me ri!! Que grande aventura!! É por isso que gosto de famílias grandes, não há momento aborrecido =)

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  5. Eh pá muitoooooooooo bom!!!! Mesmo!!! Concordo ali a 500% com a Esmeralda! Beijo gigante!

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