21H30, pavilhão 30 do Hospital Júlio de Matos. O público é
divido e convidado a entrar em duas celas psiquiátricas.
É proibido falar, o
uso de máscara obrigatório e os risinhos nervosos de quem não sabe bem ao que
vai, começam a ouvir-se.
O espectáculo começa e percebemos que durante 100 minutos vamos
deambular corredor fora, escada a cima, escada a baixo. O fumo começa a intensificar-se,
a música ensurdecedora e louca entra de imediato na nossa mente, os cheiros
de cada pessoa misturam-se com o cheiro a éter, não demorando muito até
entrarmos verdadeiramente no espetáculo e acabarmos por quase nos tornar também psicóticos, em busca das
personagens e de cada uma das cenas!
Esta peça é um crossover entre a tragédia amorosa de Pedro e Inês de
Castro e a invenção da lobotomia transorbital por Egas Moniz, onde somos
convidados a traçar o nosso próprio percurso e a seguir as personagens, não esperem por isso uma peça de teatro convencional onde se sentam
numa cadeira e assistem ao espectáculo.
Aqui
o espectáculo inicia-se com as personagens todas juntas, mas depois disto, cada
uma vai deambulando pelas 27 salas e somos livres de seguir os actores,
percorrendo diferentes cenários, ousando descobrir passagens secretas! A dado
momento damos por nós na mesma sala onde tudo começou e a cena repete-se. Neste
momento já percebemos que agora há que seguir personagens diferentes! Mas
acreditem, uma vez não dá para acompanhar todas as personagens e seguir todas
as cenas.
A carga emotiva gigante e constante, as cenas de sexo e
loucura fortíssimas e marcantes, o elenco com actores brilhantes, o cenário e o
ambiente tornam esta experiência imperdível!
Não fosse o preço de cada bilhete e ia pelo menos mais uma
vez!
Caso tenham ficado curiosos, apressem-se porque a última sessão é no dia 19 de Dezembro!
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